10 de setembro de 2012

A classe política e o comum dos mortais

Eu não tenho partido político. Não tenho mesmo. E acho até que o conceito de partido político unido por ideais e políticas direccionadas já não existe. O que existe hoje são grupos de pessoas que pertencem a um determinado grupo e não sabem muito bem porquê, mas sabem para quê... Mas não é sobre isso que quero falar.
Quero falar das semelhanças de todos eles e da nossa "culpa no cartório". Portugal parece uma batata quente que salta da mão do PS para o PSD e vice-versa. E todos querem segurar a batata quente, mesmo sem saber o que fazer com ela. Quando a sua incompetência vem ao de cima, só sabem dizer que quem aqueceu a batata foi quem a tinha antes.
As promessas caem por terra porque as circunstâncias mudam sempre, e as que não caem pelas circunstâncias, caem pelos interesses. Como é o caso da diminuição do número de deputados no parlamento. Para que são precisos tantos deputados?? O desempenho é sempre o mesmo. Esta medida que  o actual Primeiro-Ministro ponderou executar caso fosse eleito, foi esquecida. E dessa medida nenhum deputado fala. A oposição também é muito selectiva nas promessas que quer que o governo recorde...

Depois há uma separação absurda entre classe política e o comum dos mortais. Um comum mortal, para chegar a um cargo de responsabilidade, tem de estudar e começar a trabalhar. Começam por cargos mais modestos para aprender e então poderem progredir na carreira.
Um político inscreve-se na faculdade, torna-se membro da administração de uma empresa e pouco depois quer governar um país. Devem ser sobredotados, e conseguem assimilar todas as experiências que deveriam adquirir no processo de ascensão de carreira, num ápice. E devem deparar-se com tantos problemas, com tantas situações adversas no seu curto período de trabalho que ganham a confiança e o conhecimento para assumir a gestão de um país. Que inveja!

É parvo, eu sei. É generalizar, também sei. Mas digamos que os últimos casos que têm vindo a público são mesmo assim. "Filho, se te queres dar bem mete-te na política".

A culpa é nossa. Que raio de administração entrega a sua empresa nas mãos de um gestor que nunca provou nada, que não tem experiência nenhuma, baseando-se apenas no seu belo discurso? Uma administração sem juízo nenhum que não tem grande consideração pela sua empresa. Assim somos nós com Portugal.
Enquanto deixarmos que o perfil dos políticos seja o mesmo, enquanto formos liderados por pessoas alienadas, vamos ser um país do outro mundo.
Estou cansada de ver mais do mesmo. Cansada de ver o governo a pôr-nos a corda ao pescoço e arrastar-nos o banco debaixo dos pés. Cansada de ver uma oposição a reclamar sem sugerir alternativas viáveis. Cansada de ver as pessoas a reclamar só quando lhes vão ao bolso. É sempre mais do mesmo.

Sejam criativos e governem como deve ser. Inovem. Olhar só para o passado e copiar o que se fez não chega. Engraçado que eu acho que estes são os conselhos que os próprios governantes costumam repetir às empresas portuguesas...

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