22 de dezembro de 2011

Caixa de recordações

As recordações de criança não ficam lá atrás. Nós estamos constantemente a chamar por elas. E mesmo as vivências mais azedas, acabam adocicadas.
Perceber as voltas que a vida dá, o que imaginamos que íamos ser no futuro e lembrar o que éramos na altura, é um exercício enriquecedor. Quando nos reencontramos com alguém que já pertenceu à nossa vida, acabamos por reviver esses tempos e eles acabam sempre mais coloridos do que foram na realidade, e muito mais ainda do que aquilo que achávamos que eles eram.
Nunca me apercebi, mas a minha infância foi doce. Mas apercebo-me frequentemente que a minha memória raramente falha, e que me lembro com estranha nitidez de muitos episódios. Às vezes emociono-me a recordar os tempos que já lá vão. Era tão bom se os pudéssemos voltar a viver, nem que fosse só alguns, nem que fosse só mais uma vez.
Eu quero que, para as outras pessoas, os episódios partilhados comigo sejam naturalmente doces e não porque estão no açucareiro que é a caixa das recordações. Quero poder contribuir para os sorrisos saudosos quando vemos "aquela" foto, quando reencontramos "aquele" caderno da escola, quando descobrimos "aquela" roupa.
Eu quero que a vida dos meus seja uma verdadeira tablete de chocolate no momento, e que seja um exagero de açucar ao recordar.
Está mesmo a chegar uma festa que guardamos sempre nas recordações. Então guardem coisas bonitas. A receita é não poupar na Alegria, nem no Carinho, nem no Amor. Depois é só usar a criatividade de cada um.

Boas recordações para todos!