10 de março de 2010

Meggen, Luzern und Grindelwald



Os graus negativos congelam-me os músculos. É preciso algum esforço, um braço de ferro com o frio para poder sorrir. A vontade faz-me vencer constantemente essa luta. Não lembra o esforço. Mas lembram os sorrisos. A neve não derrete ao cair no casaco. Acumula. A minha menina não pára de sorrir, de saltar de alegria, de espantar o frio com as corridas. É um toque de luz.
Momentos a duas adiados durante anos pela distância. Não se recuperam num dia, mas a doçura, a inocência e a bondade revelam-se. Que orgulho!
Voltando ao local: as ruas estão iguais. Os prédios e as casa são as mesmas. O frio também (tenho os pés gelados!).
Meggen e Luzern estão iguais. Já em Grindelwald reencontrei o meu parque diferente. Não tem importância. As recordações continuam presas àqueles baloiços, àquele escorrega.
Ficou TANTO por ver... Recordações de lugares que mais ninguém lembra. Recordações de lugares que provavelmente nem existem fora da minha imaginação. Não, eu não tenho memória curta. Lembro-me das pessoas que fizeram parte da minha vida. Sinto falta das que me fizeram muito bem e até das que me fizeram algum mal. Se quiserem podem chamar-me nostálgica. Mas não acho que é o correcto. Eu sorrio ao lembrar-me do que vivi. Oxalá pudesse viver tudo mais uma vez para poder saborear mais intensamente cada momento. Para fixar mais pormenores dignos de recordação.

Estou presa àquela Terra. Nos jardins da casa de Meggen, nas ruas e nas lojas de Luzen e em cada cantinho de Grindelwald está um bocadinho de mim. E quero que permaneça lá.

Está frio, mas já não noto. O calor das recordações aquece-me a Alma. O coração acelera, o sangue corre mais rápido ao rever as casas que me acolheram, as ruas por onde corri.
E eu estou ali: a viver mais momentos para recordar no futuro.

1 de março de 2010

Rir

Rir enquanto a vida dura.
Rir porque faz bem. Rir é sinal de felicidade, mesmo que momentânea. E a vida é mesmo isso: momentos. A efemeridade da vida pode (e cada vez acredito mais que deve) ser vivida com a efemeridade da felicidade provocada pelo riso.
Efémeros. É o que somos. É o que grita todos os dias aos nossos ouvidos com as notícias globais e os casos mais locais e pessoais.
Vamos aprender. Eu quero aprender. Rir mais, viver mais e chatear-nos menos.

Há pessoas que nos fazem melhor que medicamentos...