13 de maio de 2008

"É em nós que é tudo"

Hoje reina a despreocupação.
Ser diferente, é ser indiferente. O motivo: é mesmo a falta de motivo para contestar. Ou melhor, a falta de um motivo válido, porque vão aparecendo, aqui e ali, umas manifestações e contestações que decidem evocar o nome de revoluções maiores e pertinentes por causas menores, irrefletidas e, na maioria dos casos,inexistentes.
Portugal morreu.
A responsabilidade social, o comprometimento cívico não existem.
O que uniu os portugueses no 25 de Abril de 1974 murchou com os cravos.
Hoje o egoísmo impera! Hoje só nos revoltamos quando mexem com a nossa vida prática e pessoal. E sempre que vemos medidas que nos tirem algum privilégio - mesmo que saibamos serem necessárias e justas - vimos para a rua acusar o Estado de censura e evocar os que morreram em nome de uma verdadeira causa.
Isto é o que somos: Pequenos, pobres e podres de espírito.
Bastava-nos um décimo dos valores japoneses e Portugal seria um paraíso. Já não existe a busca de uma evolução colectiva. Vivemos numa selva civilizacionada. Reina a lei do mais forte. A mudança tem de se dar, mas é em NÓS!

D. Sebastião não volta minha gente... Será que ainda estão à espera??


"Não é com ilhas do fim do mundo,
Nem com palmares de sonho ou não,
Que cura a alma seu mal profundo,
Que o bem nos entra no coração.
É em nós que é tudo. É ali, ali,
Que a vida é jovem e o amor sorri."
Fernando Pessoa