27 de abril de 2007

Amarante


Entre serras te escondes, lindo canto acolhedor...
Ensinaste-me a ser eu, ensinaste-me o que é sentir saudades de uma terra. Ensinaste-me a viver e protegeste-me dos cosmopolitismos crueis, da solidão das metrópoles. Só semeaste sorrisos e cumplicidade no meu coração...
Hoje sinto falta de ver, todos os dias, os rostos conhecidos. Sinto falta dos olás que, de tão abundantes, me cansavam.
Sinto falta do sol que ilumina as pequenas ruas, que faz com que nasça das àguas do nosso rio uma nova cidade. Sinto falta do cheiro a terra molhada nos dias de chuva. Sinto falta de qualquer coisa que te pertença.
Amo-te de alma e coração minha Amarante!
27/04/07

26 de abril de 2007

Gotan Project

Milonga de Amor

A libertação do corpo e da alma




A música e o corpo: a perfeita fusão. Dançar ao sabor do som envolvente. Fechar os olhos, deixar-me levar... Nada mais existe para além da música e do meu corpo que a acompanha. E danço, danço até à exaustão em passos que só eu compreendo. Danço para me libertar de tudo. Há quem corra, há quem grite, há quem chore, há quem bata nos outros, eu danço...

A fome... dos outros!

Sei que não compreendo ainda a profundidade das coisas, mas vejo-a. Quero continuar sem compreender, pudesse eu nem sequer a ver. Significaria que ando distraída... Andar distraída é a melhor maneira de ser feliz. Só vemos as coisas que se esbarram connosco, as outras passariam despercebidas, as tristes. É tão melhor olhar para cima... Olhar em frente faz pensar, compreender a dor do mundo. Nesses momentos daria tudo para ser fria e egoísta. Assim a dor dos outros seria só deles e deixa-me-ia a mim em Paz!
Ah, se não me faltasse a coragem... Mas cresci e hoje sou cobarde. Porque é mais cómodo sê-lo. E assim, continuo a esforçar-me para não olhar em frente.
09/02/07


Sonhos Caídos

Porque a suspensão do ar
Se apoderou da minha alma...
A firmeza, a certeza,
Não moram já aqui.
Sonhos caídos e tristezas
Vertidas em folhas de papel,
Que não caem,
São hoje a minha vida.
Lutar? Sonhar? Para quê?
Houve, um dia, quem o fez por mim,
Por nós...
Por isso, fico aqui, assim,inútil.
Para quê mudar? Para quê mexer?
Está tudo tão bem assim.
Tédio simpático.
Somos fracos? Não.
Chamemo-nos antes pacíficos,
É mais bonito, mais credíivel.
E assim se engana,
Conscientemente,
Toda uma Humanidade.
12/03/07