31 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo

Para 2011 não desejo mais do que desejo todos os dias.


Não em 2011 mas antes todos os dias das vossas vidas, façam sempre o que vos parece mais acertado, procurem motivos para sorrir, ou melhor, criem-nos.

Não baixem os braços perante dificuldades, respirem fundo e dêem um salto maior que o tamanho do obstáculo.Todos os dias contam e o que está para trás, se não servir para mais, serve para aprender. Tirem o melhor de tudo.


Feliz Ano Novo*

3 de novembro de 2010

6 de outubro de 2010

Quero ser grande!

- Nunca mais sou grande! Estou farta que mandem em mim. Quero fazer o que me apetece!

- Quando fores grande, o tempo vai passar a correr e vais querer voltar a ser criança, mas já não vais poder...

Lembrar-me-ei para sempre destes diálogos. Irei tê-los novamente, mas com o papel trocado. Como eu não compreendia, também não me vão compreender. Mas como, agora, eu percebo, também um dia irão perceber...

4 de outubro de 2010

Heterónimos em mim

Já fui Álvaro de Campos, hoje sou Ricardo Reis, mas anseio tornar-me em Alberto Caeiro.

1 de outubro de 2010

Porto real

Este é o Porto que dói, o Porto que não se gosta, mas o Porto que se nos esbarra sempre que vamos ao Porto. É o Porto que nos incomoda, que nos toca na Alma e nos faz sentir impotentes. É o Porto que nos acorda... E é o Porto real.



Por um músico (e poeta) genial.

24 de setembro de 2010

Recriminações

Não aceito que me digam o que devo ou não dizer. Não aceito que recriminem opiniões que surgem de ideias e ideais por estarem em conflito com "interesses". Cada um responde por si. Eu respondo por mim e a quem a mim se dirigir. Sou nova, inconsequente na opinião de alguns, mas nem por isso muito confrontada. Talvez por receio da recriminação. Há um ditado que diz "quem tem telhado de vidro não atire pedra ao do vizinho". Mas há pessoas que gostam mais de "atirar a pedra e esconder a mão".

Sim, critico e recrimino tudo o que me incomodar, na altura e forma que achar mais correctas. Não estou imune, nem quero estar, a críticas e recriminações de outros. Desde que devidamente fundamentadas.

Injustiças? Muitas. De quem tem consciência que as faz e mesmo de quem quem ser o mais correcto e justo possível. Minhas também.
Sou nova. Deixem-se ser. Sou nova, mas sou maior e vacinada e não peço a ninguém para responder por mim, nunca. Quando erro (e faço muitas vezes), assumo. Quando tenho razão, ninguém me cala. Perdoem-me a juventude. Se calhar é o que falta a muita gente. A juventude dá-nos coragem ou "lata" como alguns preferem chamar.



Não quero ser a crítica de café. Sentada numa mesa a criticar os políticos que não fazem nada, e os cinemas vazios, e a calamidade da fome, sem nada fazer. Não quero ser hipócrita. Deus me livre disso! Sou crítica desses críticos. Principalmente os que criticam, mas depois rematam com "chama-lhes burros", ou "eu se pudesse fazia o mesmo", "a vida está para os espertos"... O QUE É ISTO?!

Os valores estão a morrer. E estão todos, numa mesa de café, a criticar a fome dos valores, mas ninguém os alimenta! E ainda criticam quem o tenta fazer, porque lhe atrapalha a ponte que soterrou valores, para chegarem mais facilmente aos seus "interesses".

2 de setembro de 2010

Inteligência emocional

Por que é que as pessoas se esforçam tanto para viver longe da sua consciência?

Esforçam-se por arranjar desculpas para todos os seus actos, esforçam-se por culpar os outros por erros que foram também seus.
Esforçam-se porque assim se sentem melhor. Afastam a sua consciência porque ela os incomoda. Traz-lhes aquele sentimento de impotência, aquela incapacidade de fazer o tempo voltar atrás para corrigir as coisas. E as pessoas (na sua grande maioria, claro está) não suportam esse peso, ou o "acto de contrição" que transformam em peso.
Não vale a pena... As pessoas preferem ser engenhosas ao ponto de transformar as suas culpas em culpas dos outros. Mas sem darem conta, pioram tudo. Não conseguem perdoar, não conseguem esquecer e não compreendem por quê... É simples: porque a culpa está em si.
Esquecem-se de se colocar no lugar das outras pessoas: pensar nas suas motivações, pensar na sua dor, pensar nas suas diferenças. Ouvem as máximas de pensadores, acham-nas muito bonitas e sábias, mas não as sabem pôr em prática. "Não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti" é uma delas.

E eu entristeço-me.
Conseguir conviver com a consciência é um acto de inteligência. Sejam orgulhosos mas não sejam estúpidos. A Razão é uma Senhora muito independente, ninguém é seu dono.
Olhem para o passado, com olhos de ver. Olhem para o passado e vejam as coisas como elas, de facto, aconteceram, e aprendam. Reparem no que fizeram de bem e repitam. Reparem no que fizeram de mal para não repetir.

Nós não somos o centro do mundo. O que os outros são, pensam e sentem também é importante. Vestir a sua pele, muitas das vezes, pode ser um raio de luz na nossa inteligência emocional. Há tanta gente às escuras!

Não acreditem nas vossas próprias mentiras. Isso são actos de desespero. E são actos que se podem tornar hábitos...

Pensem nas coisas. Vejam-nas como elas são, como elas foram, e não como é mais confortável ver.

Eu trago tudo comigo.

28 de junho de 2010

"Morre lentamente"

Em resposta à marca de Vânia Dias, neste texto de Pablo Neruda:

"Morre lentamente" quem não deixa a sua marca em tudo o que faz. Quem não planta sorrisos nos outros, quem não dá mais do que o que recebe. "Morre lentamente" quem quer estar só de passagem, discretamente. Quem não quer deixar a sua pegada bem marcada no chão, para a posterioridade.
"Morre lentamente" quem não tenta aliviar o sofrimento dos outros. Nem que seja de uma só pessoa... "Morre lentamente" quem não se entrega a uma causa, quem não luta, quem vê os dias passarem, um após o outro.

"Morre lentamente" quem não dorme, todos os dias, sem qualquer peso na consciência. "Morre lentamente" quem não pode fechar os olhos para nunca mais os abrir. "Morre lentamente" quem tem palavras por dizer, assuntos por resolver e acções por corrigir.

Morre, vivendo de amargura, quem vive só para si.

10 de junho de 2010

A voz calada


A cada pancada nos bombos estremece a cidade. São pancadas nas almas dos amarantinos.

"Acorda povo! Olha à tua volta! Não te apraz esta sorte?
Desdenha menos e admira mais. Sou eu, Amarante, sonorizada nestes bombos, que te falo! Sai à rua, Povo. Não hoje porque são as festas, mas sempre, porque me amas. Eu protejo-te de tanto... Um tanto que desconheces e, por isso mesmo, nem sabes o quanto esse tanto é! Porque não estou sempre cheia assim? Porque me admiram apenas quando os carrinhos chegam? Porque me ouvem só quando rufam os bombos? És como um filho que só faz um carinho à mãe no seu aniversário.
Não, não assumo as culpas do que me acusas. A cidade não tem vida porque tu não lha dás. Não te cales! Não saias à rua só quando há festa! Faz-me viver! Esta cidade é tua, e de mais ninguém. Age! Reclama! Impõe-te! Não fazes nada disso, pois não? Então não te queixes. E continua a ouvir-me e a ver-me só em dias de festa.
Mas cala-te, já que não sabes o que dizes.
Agora sorri. São as festas afinal. Há alegria na rua. Olha, afinal tenho jovens. Hoje, porque há festa, quiseram ficar. Noutros dias preferem ir fazer a festa para outro lado...

Vejam e ouçam os bombos. Para quê falar se não me querem ouvir?"

9 de junho de 2010

O Junho

Ouviam-se descrições de como era noutros tempos. Das enchentes nas ruas, das animações, dos dias preenchidos. Viam-se as pessoas alegres, mas habituadas. Viam-se os jovens reunidos, os reencontros, as conversas e os brindes. Viram-se os bombos e as pessoas que os admiravam. Que energia, que vontade têm aqueles homens e aquelas mulheres! Que fôlego! Eu admiro-os e invejo-os.
E agradeço a todas as pessoas que enriqueceram as festas, a cidade. Nem fui aos carrinhos. Antes dizia que se não fosse aos carrinhos nem parecia Junho. Este ano não fui e não precisei de ir. Enquanto a maioria dizia que o Junho já não é o que era, eu pensava que para mim o Junho é o que nunca foi... Já anseio o próximo ano e imagino as mudanças que vamos encontrar.

Boa ressaca de festas!

2 de junho de 2010

Grito


Grito mas já nem eu ouço. Grito para dentro de mim. A cabeça não pára. São tantas coisas a correr de um lado para o outro que se tornam incontroláveis. As certezas começam a esmorecer e até a que me mantém em pé abana.
Tantas coisas a correr de um lado para outro... Muitas delas deviam estar sempre quietas para me esquecer que existem. E grito outra vez.
Não é a cabeça que incomoda agora. É outro órgão. Desta vez fico calada, já não consigo gritar. Fico eu quieta. As coisas já podem correr todas de um lado para o outro, como lhes apetecer. Nem tento controla-las. Rendi-me. Agora assisto. Sou um peso morto. O outro órgão petrificou-me.
E que tudo seja como tem de ser, que é como quem diz, Ámen.

25 de maio de 2010

O Mesmo

O mesmo Teucro duce et auspice Teucro
É sempre cras — amanhã — que nos faremos ao mar.

Sossega, coração inútil, sossega!
Sossega, porque nada há que esperar,
E por isso nada que desesperar também...
Sossega... Por cima do muro da quinta
Sobe longínquo o olival alheio.
Assim na infância vi outro que não era este:
Não sei se foram os mesmos olhos da mesma alma que o viram.
Adiamos tudo, até que a morte chegue.
Adiamos tudo e o entendimento de tudo,
Com um cansaço antecipado de tudo,
Com uma saudade prognóstica e vazia.

Álvaro de Campos

16 de abril de 2010

Muda-se o tempo


As alergias chegaram. É o que se fala...
Mas com as alergias vêm também as alegrias! Chegaram as flores, os dias grandes, as pessoas nas ruas e os jardins com crianças (ai como aqueles risos aquecem o coração).
A beleza da nossa Terra, fica agora a descoberto. Não a esqueçam.

6 de abril de 2010

Como já não é


De casa em casa a tentar chegar antes do compasso. Será que já passou em casa da Tia? Onde vamos agora? Despacha-te! Vem aí a banda!
Os carros enchem as bermas da rua e as pessoas reúnem-se nas entradas das casas à espera das batas cor-de-vinho. A sineta toca, com mais ou menos intensidade, depende de quem a traz. O envelope, encostado ao arranjo de mesa, é recolhido depois dos beijos na cruz. Uns dão no rosto, outros nos pés, outros fingem que dão. Alguns não se lembram, e outros ainda não sabem, porque se dá.
As mesas estão cheias de comida. Pão-de-ló, salpicão, presunto, chouriço, vinho verde, vinho maduro, azeitonas entre muitos outros petiscos. O almoço e o jantar já se sabe: cabrito.
A família reunida. "Olha quem veio para a Páscoa!"
Visitas inesperadas, mas sempre agradáveis. Vamos a casa da Tia? se nos despacharmos ainda chegamos a tempo.
Só gosto de amêndoas de chocolate. Será que assim não é Páscoa de verdade?

10 de março de 2010

Meggen, Luzern und Grindelwald



Os graus negativos congelam-me os músculos. É preciso algum esforço, um braço de ferro com o frio para poder sorrir. A vontade faz-me vencer constantemente essa luta. Não lembra o esforço. Mas lembram os sorrisos. A neve não derrete ao cair no casaco. Acumula. A minha menina não pára de sorrir, de saltar de alegria, de espantar o frio com as corridas. É um toque de luz.
Momentos a duas adiados durante anos pela distância. Não se recuperam num dia, mas a doçura, a inocência e a bondade revelam-se. Que orgulho!
Voltando ao local: as ruas estão iguais. Os prédios e as casa são as mesmas. O frio também (tenho os pés gelados!).
Meggen e Luzern estão iguais. Já em Grindelwald reencontrei o meu parque diferente. Não tem importância. As recordações continuam presas àqueles baloiços, àquele escorrega.
Ficou TANTO por ver... Recordações de lugares que mais ninguém lembra. Recordações de lugares que provavelmente nem existem fora da minha imaginação. Não, eu não tenho memória curta. Lembro-me das pessoas que fizeram parte da minha vida. Sinto falta das que me fizeram muito bem e até das que me fizeram algum mal. Se quiserem podem chamar-me nostálgica. Mas não acho que é o correcto. Eu sorrio ao lembrar-me do que vivi. Oxalá pudesse viver tudo mais uma vez para poder saborear mais intensamente cada momento. Para fixar mais pormenores dignos de recordação.

Estou presa àquela Terra. Nos jardins da casa de Meggen, nas ruas e nas lojas de Luzen e em cada cantinho de Grindelwald está um bocadinho de mim. E quero que permaneça lá.

Está frio, mas já não noto. O calor das recordações aquece-me a Alma. O coração acelera, o sangue corre mais rápido ao rever as casas que me acolheram, as ruas por onde corri.
E eu estou ali: a viver mais momentos para recordar no futuro.

1 de março de 2010

Rir

Rir enquanto a vida dura.
Rir porque faz bem. Rir é sinal de felicidade, mesmo que momentânea. E a vida é mesmo isso: momentos. A efemeridade da vida pode (e cada vez acredito mais que deve) ser vivida com a efemeridade da felicidade provocada pelo riso.
Efémeros. É o que somos. É o que grita todos os dias aos nossos ouvidos com as notícias globais e os casos mais locais e pessoais.
Vamos aprender. Eu quero aprender. Rir mais, viver mais e chatear-nos menos.

Há pessoas que nos fazem melhor que medicamentos...

26 de janeiro de 2010

Dançar na corda bamba



"Bamba é a conta certa". Há músicas e mensagens intemporais.

Parabéns Clã! Principalmente por serem portugueses e cantarem em português.

19 de janeiro de 2010

Tenho saudades tuas

Saudades de quando me roubavas o comando e gozavas comigo. Saudades de quando me punhas a chorar e começavas a rir. Tenho saudades de esperar por ti para voltar para casa. De quando me prometias brincar comigo com as bonecas depois de jogarmos futebol, e não brincavas. Saudades de brincar nas casas em construção da rua de baixo. De querer ir contigo para todo o lado, até para as festas de aniversário dos teus amigos.
Tenho saudades de te odiar por gostar demasiado de ti e não perceber porquê. Saudades de nos pegarmos, de lutarmos, aleijar-mo-nos, mas morrer de saudades quando nos separavam. Saudades de te ver a gozar com a avó. De te ver a fugir da avó, com a vassoura na mão, à volta da casa, até cansar e rir. De fugir para o parque em Grindelwald. De chorar mais do que tu quando te magoavas. Saudades de querer jogar tão bem como tu. Saudades do orgulho que sentia quando dizias "Esta é a minha irmã". Saudades de quando me engraxavas para me pedires dinheiro emprestado.
Saudades da protecção. Dos ciúmes dos amigos por me verem como rapariga e não como tua irmã. Saudades da dor no peito sempre que se suspeitava que estivesses em apuros. Saudades da tua força mascarada de indiferença.
Saudades de querer ser como tu. Do medo de te desiludir. Da vontade de te defender... Afinal de contas, só eu posso falar mal de ti.
Saudades de sermos só os dois.
Saudades de sermos Irmãos.

18 de janeiro de 2010

Limpar Portugal

Vamos Limpar a Casa!



Já chega de viver isolados. Somos um ser social e temos respeitar os espaços comuns. Vamos "arrumar" o histórico para recomeçar em condições e nunca trair a nossa consciência.

Aqui está a tua oportunidade de te redimires, de te reconciliares com a Natureza, com a tua Terra, com o país que te acolhe.

Amuo

Amuar faz bem.




Eu trato bem de mim :)

5 de janeiro de 2010

Quero tanto...

Quero tanto tanta coisa. E quero já! O tempo é meu inimigo. Sou paciente, mas odeio sê-lo. Tenho muita pressa de viver. Pressa de me sentir plena, completa. Tenho pressa de concretizar todos os meus sonhos. Se possível, ao mesmo tempo. Deus, será que podes esticar os dias? Ou, sei lá, tirar-me o sono? Assim tinha mais tempo. É que daqui a uns anos cresço e a vontade foge... Eu não quero. Deixa-a comigo. A vontade e a coragem também. Preciso delas para ser alguém.
Não mais uma, mas alguém...