
Fosse toda a gente tão devota quanto eles e as igrejas estariam vazias. Fossem todas as pessoas crentes e haveria mais brilho nos olhares, mais sorrisos nas almas e menos medo da morte. Talvez tudo isto fosse possível se a instituição Igreja, suposta representante de Deus na Terra, não reprimisse o seu âmago.
A Igreja esteve no seu pior quando se fez munir da "Santa" Inquisição para castigar e "sacrificar" as ovelhas tresmalhadas porque Deus disse: "Perdoai-vos como eu vos perdoei". Esta Igreja esteve sempre do lado de quem mais precisava: os reis e os nobres, deixando de parte a massa popular que, como dizia Principal Sousa em "Felizmente Há Luar" de Luis de Sttau Monteiro, sujavam com as mãos imundas as suas vestes clericais, pois Deus disse "Amai o próximo como a vós mesmos". Quando se sentia ameaçada e interrogada, quando as suas acções eram postas em causa, a Igreja chamava-os de hereges e deixava-os arder numa fogueira até que os seus corpos fossem totalmente consumidos pelas chamas para que "o cheiro a carne assada" chegasse aos narizes de quem ousasse saber mais. Mata-se e castiga-se em nome de Deus porque Ele disse: "Não invocar o nome de Deus em vão".
Se não existissem verdadeiros religiosos, permaneceríamos nas trevas, nunca teríamos tocado o céu, mas faríamos todos parte do Rebanho.