
Quando via um bebé na rua, imaginava como já devias ter crescido. Pensava nas gargalhadas, nas brincadeiras, nas traquinices que estava a perder. Quando nos reencontrávamos, custava ver que não percebias que ali estavam os teus irmãos. Era uma reconquista constante. Eram reencontros maravilhosos que me enchiam o coração e eu não queria voltar a esvaziá-lo. Mas essa hora chegava sempre.
Tu não tens noção, pelo menos para já, do amor que te temos. Tu eras mais do que o nosso irmão. Eras a nossa união. A saudade passou a ter o teu rosto.
Olhava para ti bebezinho e imaginava como serias quando tivesses a idade que hoje tens. Imaginava-te mais ao menos como hoje és.
Quando chegou a tua vez de ficar também, já nem pensava na partida deles porque só conseguia pensar em como transformar os teus dias mais alegres, menos sofridos. As noites passaram a ser mais curtas, as tarefas, preocupações e responsabilidades mais longas, mas ver-te a crescer e a sorrir compensava tudo.
Hoje, nos meus sonhos, o teu rosto e o do Dinis aparecem misturados. Não és meu irmão desde sempre, houve muitas coisas que não partilhaste connosco, mas és o nosso menino e, por algum motivo, todos sofremos muito mais com a tua ausência.
Cresce e mostra porque sempre te amamos tanto. Mostra que todos já sabíamos que irias ser um Grande homem, com um coração gigante.